COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM - CVAs:

uma visão dos ambientes interativos de aprendizagem

Annelisse Rettori

Helen Guimarães

RESUMO

Este artigo pretende elucidar a dinâmica dos atuais locus de construção do conhecimento e relacionamento da contemporaneidade: os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) e as Comunidades Virtuais (CVs). Dessa forma pretendemos expor e verificar os aspectos da Interatividade própria a esses atores tecnológicos, presentes ainda como coadjuvantes, no processo de cognição humana e, por conseguinte, detectar seus limites e vislumbrar suas possibilidades, mostrando alguns fatos que se desenrolam a partir da interação dos sujeitos entre si, com estes atuais espaços sociais e as ferramentas interativas dispostas a fim de enfatizar a práxis própria desses espaços.

Palavras-chave: Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs)Comunidades Virtuais de Aprendizagem (CVAs)Ferramentas interativas

 

1. Um passeio no ciberespaço: conhecendo os AVAs

Comecemos por tentar contextualizar algumas considerações referentes aos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, visto que muito se fala sobre os AVAs como um espaço apto à promoção da Educação a Distância, principalmente depois da regulamentação dessa modalidade de ensino através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96. É interessante situarmos que o advento dos AVAs se deu a partir da emergência do ciberespaço, o que designa não tanto os novos suportes da informação, mas sim as formas originais de criação, da navegação no conhecimento e da relação social que esse espaço permite (LÉVY,1993).

Também com base em Lévy (1993), podemos reverenciar o ciberespaço como um campo aberto à intercomunicação e ao estabelecimento de interfaces com todos os dispositivos de criação, de registro de comunicação e simulação representadas por ferramentas dispostas nesse espaço virtual, lembrando que veremos uma abordagem sobre essas ferramentas mais à frente.

Na concepção do ciberespaço como local de construção do conhecimento, mais do que como mera troca de informações, concordamos com Lévy (1998), quando este sinaliza que não tratamos somente do conhecimento científico, mas também dos espaços de convivência e do pensamento coletivo que poderia organizar a existência e a sociabilidade das comunidades humanas, visto que, em cada espaço, convive um tipo de entidade, um gênero de desejo, uma estrutura psíquica, territorial e afetiva, tal qual as existentes nas relações humanas presenciais (comunidades, grupos, salas de aula).

Para Matta (2002), as transformações provocadas por esses novos ambientes romperam com padrões clássicos de relacionamento e interação vividos principalmente no ambiente comunitário urbano, para galgar novas formas e dimensões, criando possibilidades de inter-relacionamento entre os sujeitos envolvidos.

É interessante situarmos que foi com a entrada das tecnologias digitais e telemáticas em quase todos os campos de atuação e relação humana que se tornou possível termos um ambiente de convivência em rede eletrônica que causasse “novidades” quanto às possibilidades de vivência e organização comunitária dos seres humanos para construções sociais e, até mesmo, para relações produtivas da contemporaneidade (MATTA, 2001).

Dessa forma, como poderíamos conceituar esse ambiente que já nasce repleto de potenciais? Compreendendo-o como espaço fecundo de significação onde os seres humanos e objetos técnicos interagem, potencializando-se, assim, a construção do conhecimento (SANTOS, 2002). Logo, a busca por aprendizagem é um caminho para o desenvolvimento dos AVAs e, por conseguinte, das CVAs.

Também é possível nos referenciarmos aos AVAs como um locus de convivência e inter-relação de sujeitos com objetivos e interesses similares, que se organizam em prol da coletividade através da colaboração mediada pelos suportes telemáticos digitais (propriamente a Web), bem como a apropriação da linguagem hipertextual e não-linear presente nessas relações, em que todo e qualquer signo pode ser produzido e socializado no ciberespaço, compondo, assim, um processo de comunicação em rede, próprio dos AVAs.

Quanto às características técnicas, os Ambientes Virtuais (AVAs), não só quanto a educação formal, destacam-se pela possibilidade de tornar sua interface mais amigável e realista na apresentação ao usuário, devido ao uso de técnicas de realidade virtual e de animação, com o objetivo de criar ambientes virtuais inteligentes que disponham melhores representações gráficas, diferentes formas de interação a fim de potencializar a dinamicidade, o realismo e a usualidade do ambiente. Esses AVAs vêm sendo utilizados em diversas áreas, principalmente nas que se relacionam com educação, como Moodle; simulação, como o jogo Vivo Em Ação, e entretenimento, como Orkut.

 

 

 

    Trilha para uma possível navegação

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1. Um passeio no ciberespaço: conhecendo os AVAs

2. Percepção da interatividade e ferramentas interativas (em espaços virtuais)

3. Visão de comunidade

4. Considerações sobre uma vivência nos ambientes TelEduc e Moodle

5. Referências.